Sou a representação perfeita do cansaço

Ora sou o corpo clamando por uma noite inteira na balada,

Enquanto a mente pede stand-by

Ora sou como a mente que quer devorar uma biblioteca inteira

E o corpo pede olhos fechados e profunda respiração.

Sou assim...

Novo demais para me sentir velho

E velho demais para querer ser jovem.

Ainda sou o óbvio e o raro.

Já conquistei e já perdi um grande amor

Talvez o único, talvez a porta.

Todos os dias agradeço colos de acolhida

E peço perdão por erros que, às vezes, ainda nem cometi.

Vejo a vida passar

Enquanto os dias iniciam tarde e terminam mais tarde ainda.

Não sou um covarde clássico

E muito menos moderno.

Me encaixo no time dos quaisquer.

Nada do que canto, falo, escrevo...

Comove a alguém a não ser a mim mesmo.

Só me resta sentar-me diante de minhas flores coloridas,

Derramar lágrimas e

Rir empolgado de mim mesmo

Enquanto peço para que ao menos alguma parte desse cansaço se vá.

E assim, eu possa apreciar, quem sabe metade,

De todos os meus prazeres.